Academia Brasileira de Ciências (ABC) – Prof. Adriano Andricopulo (IFSC/USP) toma posse como Membro Titular

O “Museu do Amanhã”, localizado na cidade do Rio de Janeiro, recebe no dia 4 de maio a Reunião Magna da Academia Brasileira de Ciências (ABC), onde, entre várias iniciativas, ocorrerá a posse da nova diretoria – que pela primeira vez em 106 anos de história será presidida por uma mulher, a Profa. Helena Nader -, e a apresentação dos novos Membros Titulares e Correspondentes. Dentre estes, eleitos em Assembleia Geral da Academia realizada no dia 2 de dezembro de 2021, está o docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Adriano Defini Andricopulo, na área de Ciências Químicas.

É natural que, para qualquer cientista, entrar para a ABC é um momento especial em sua vida, já que passa a pertencer a um grupo seleto de pessoas que representam um lote importante de contribuições para a ciência nacional. No caso concreto do Prof. Adriano Andricopulo, ele representa a área de química medicinal representando toda uma comunidade que tem procurado insistentemente por soluções urgentes, imediatas, com o intuito de garantir um futuro com mais qualidade de vida, algo que para ele é algo que impacta não só no presente, como no futuro. “A Ciência é o caminho para isso, com resultados valiosos para o nosso país e com contribuições que vão poder melhorar a qualidade de vida da nossa população”, salienta o pesquisador.

Retrospectiva

Com alguma regularidade – e principalmente agora -, Adriano Andricopulo confessa que quando olha para trás, quando faz uma retrospectiva da carreira, desde sua chegada ao IFSC/USP (2002), parece que o tempo acelerou. “O tempo passa rápido! Fiquei vários anos nos Estados Unidos, doutorado, depois fazendo pós-doutorado, e voltei para o Brasil muitos anos depois.  Foi o IFSC/USP que me abriu as portas, numa área nova de pesquisa de fármacos, de química medicinal, coisas realmente fantásticas e que deram muito certo. Então, sou muito grato ao Instituto de Física de São Carlos, já que toda minha carreira foi desenvolvida aqui; logo desde o início, quando eu cheguei como jovem pesquisador, ou seja, um doutor formado, mas em início de carreira, tive que mostrar trabalho, serviço. Enfim, isso foi feito ao longo dos anos, depois virei professor doutor, professor associado e professor titular, num momento em que na Academia Brasileira de Ciências, em 2008, foi criada a categoria de jovens pesquisadores até 40 anos. Eu entro no início da criação dessa nova categoria, na área de química, nessa época por indicação do Prof. Glaucius Oliva. De repente….  Me vejo em 2021 sendo membro afiliado da ABC na área de Ciências Químicas e em 2022 me tornando membro titular. Então, são coisas que mostram um caminho, uma trajetória, e isso vem do nosso esforço do dia a dia, do nosso estudo de muitos anos. De você ir para o laboratório fazer um experimento e de ele não funcionar, e saber que no outro dia você vai voltar e repetir o que você aprendeu com aquilo que aconteceu, até que você de fato consegue progredir, ter sucesso e alcançar pesquisas que tem relevância, que tem impacto, que você publica nas melhores revistas e que serão reconhecidas pela comunidade científica”, enfatiza o pesquisador.

Sempre disposto e ativo para trabalhar, para trocar ideias com as pessoas e investir naquilo que é o melhor que se pode dar – educação, formação das futuras gerações, investimento nos jovens para que eles tenham uma janela de tempo em médio prazo -, Adriano Andricopulo aposta muito forte para que seus jovens estudantes possam ter condições para fazerem melhor do que ele próprio já fez. “Eu quero que meu estudante possa fazer muito melhor do que eu fiz, do que eu faço hoje, para que a Ciência de nosso país avance com o que ela tem de melhor, que é nos dar esperança que com seus resultados possamos ter um mundo melhor, capaz de vencer crises, por exemplo, sanitárias, como a gente acompanha agora no caso da COVID e para ajudar a solucionar problemas nacionais. E a nossa contribuição tem que ser cada vez maior, temos que estar ativos, mostrando o valor da Ciência, mostrando a importância da educação. Povo educado vai ter condições de contribuir muito mais com o avanço do seu país, então é um contexto geral de coisas que eu coloco, que acabamos revisitando ao longo de uma carreira… Puxa!! Eu vou tomar posse na ABC… O que é que passa na nossa cabeça nessa hora não é?… Talvez seja a primeira vez que eu penso nisso!…”, pondera Andricopulo.

Os apoios que promovem o sucesso

O Prof. Adriano Andricopulo faz questão de sublinhar que o IFSC/USP foi, é, e será sempre a sua casa, local onde irá estar para o resto de sua carreira, lembrando que acima de tudo é a USP que capacita e dá condições para que seus cientistas desenvolvam os trabalhos. Contudo, o pesquisador recorda o papel importante das agências de fomento. “O que seria o desenvolvimento de pesquisas, como as que fazemos, se não houvesse investimento? Pessoas que acreditam e obviamente nos ajudam a seguir em frente, pertencentes à FAPESP, CAPES, CNPq e FINEP, agências que contribuíram para que a gente pudesse realizar nossos sonhos, fazer realmente a pesquisa em alto nível e que acaba como consequência trazendo esse reconhecimento. E esse reconhecimento vem, eu acho, contemplar todo o trabalho desenvolvido por centenas, milhares de pessoas de uma ou várias instituições que apoiam e incentivam as contribuições que fazemos, que são passageiras, mas que devem deixar suas marcas e contribuir para que novas venham… Eu vejo isso assim desta forma, com humildade, com simplicidade, com serenidade para aceitar, para entender a magnitude do que significa, mas, isso não muda nada; independente de tudo, eu vou voltar para o meu laboratório e fazer o mesmo experimento que funcionou há 20 anos atrás e nós vamos sempre atrás de novas perspectivas e respostas e acho que isso é uma coisa boa que a gente pode passar também para os nossos alunos. Enfim, é o que nós gostamos de fazer, trabalhar… Trabalhar… Mas sempre com comprometimento, com responsabilidade, e claro que ficamos felizes quando esse trabalho é reconhecido, mas sempre com a noção de que existem vários componentes que nos ajudam nisso… Tudo isso vai nos amadurecendo e vai nos mostrando o caminho para que possamos realmente ter excelência na educação e pesquisa, isso é o mais importante”, conclui o pesquisador.

Por Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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