Alunos do ICMC contam com apoio de grupo psicopedagógico

Próxima atividade do grupo será nesta quinta, dia 28, quando ocorrerá a palestra “Domínio emocional em essência
 
A euforia sentida por calouros que entram na melhor universidade da América Latina, a USP, logo pode se transformar em angústia e tristeza. As demandas da faculdade, uma rotina intensa de estudos e a pressão social podem contribuir para a redução da qualidade de vida dos estudantes, que muitas vezes começam a sentir sintomas de algum sofrimento psíquico.
Com a finalidade de informar sobre essa questão e promover reflexões, o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), da USP, em São Carlos criou um grupo de apoio psicopedagógico. De acordo com a funcionária Maria Fernanda Marreta, uma das colaboradoras do programa, o objetivo é criar ações que sirvam de apoio aos estudantes na prevenção e redução de danos: “No ano passado, houve algumas palestras sobre saúde mental e, a partir disso, os próprios alunos começaram a demandar um olhar mais específico para esse tema. Por isso, nós sentimos a necessidade de criar ações que abordassem a questão da saúde mental no ambiente universitário”.
O grupo é composto por seis colaboradores, além de uma estagiária de psicologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). “O grupo começou a se reunir no início deste ano para desenvolver algumas atividades relacionadas à saúde mental durante o semestre, como palestras e oficinas. Além de organizar essas ações, o grupo também sugeriu assuntos para a formação de grupos focais com os estudantes. Sofrimento psíquico, vício em mídias digitais, depressão e ideações suicidas são alguns dos tópicos selecionados”, conta Fernanda.
Ela explica que a participação da estagiária de psicologia é de extrema importância para o projeto, pois ela pode fazer um acolhimento imediato de um estudante que está em um período de crise, por exemplo, e encaminhá-lo para um profissional adequado ou até mesmo para o Sistema Único de Saúde (SUS), que oferece atendimento psicológico de forma adequada e gratuita.
O projeto é destinado a todos os alunos do ICMC, sejam eles de graduação ou de pós-graduação. Os alunos interessados em participar dos grupos focais já se inscreveram por meio de um questionário divulgado nas palestras do grupo de apoio pedagógico. Mais informações sobre a iniciativa podem ser obtidas com a estagiária Giuliana Mazota na sala 4-008, no bloco 4 do ICMC. Ela está à disposição nos seguintes horários: às segundas, das 9 às 12 horas e das 14 às 18 horas; às quartas, das 9 às 12 horas e das 14 às 20 horas; e às quintas, das 10 às 12 horas e das 14 às 16 horas. A ideia é que, no futuro, o projeto se estenda para os funcionários e professores da unidade.
Quadro de autoria de Agnes Cecile para a Frente Universitária de Saúde Mental (FUSM) da USP

Fim ao preconceito – Não é segredo nenhum que os problemas psicológicos e psiquiátricos são cercados de vergonha e preconceito. Maria Fernanda, que é formada em psicologia, explica que esses estereótipos negativos impedem as pessoas de procurar ou até mesmo de reconhecer que precisam de ajuda.
Segundo ela, essa “nuvem” de preconceito que paira sobre as questões de saúde mental existe justamente porque faltam informações: “Diferente de uma doença física, a doença mental não é visível aos olhos. Quando você quebra o braço, todo mundo sabe que você está doente porque o seu braço está engessado. Com a depressão, por exemplo, é diferente. Os sintomas não são físicos e talvez isso também possa ser um empecilho na hora de reconhecer a doença”.
Por isso, Fernanda destaca que o primeiro passo é reconhecer que é necessário cuidar da saúde mental, assim como cuidamos da saúde física, e que devemos ficar atentos aos sinais do nosso corpo. “A partir do momento em que você percebe que não consegue realizar atividades do dia a dia, como tomar banho, levantar da cama ou se alimentar, é hora de procurar ajuda. A depressão não necessariamente se reflete somente na tristeza, no humor deprimido, mas no quanto as atividades que antes eram realizadas com prazer e facilidade tornam-se custosas e difíceis”, alerta.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão tornou-se a maior causa de incapacidade no mundo e o Brasil ocupa a quinta colocação na posição mundial de pessoas com essa doença. Quando se fala em ansiedade, a situação é ainda mais preocupante: o Brasil é o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade.
Próxima palestra – As palestras promovidas e apoiadas pelo grupo de apoio psicopedagógico do ICMC são abertas a todos os interessados. A próxima atividade acontece no dia 28 de junho, quando haverá a palestra Domínio emocional em essência, que pretende discutir como podemos dominar nossas próprias emoções e aprender técnicas que podem facilitar esse processo.
O evento é organizado pelo Sanca Social, um grupo de estudantes da USP e da UFSCar e tem o apoio do grupo do ICMC. A palestra será realizada no auditório Fernão Stella de Rodrigues Germano (sala 6-000), no ICMC, às 19 horas.
Texto: Talissa Fávero – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Mais informações
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Conheça a Frente Universitária de Saúde Mental (FUSM) da USP: www.facebook.com/frentedesaudemental/
Comissão de Cultura e Extensão Universitária do ICMC: (16) 3373.9641
E-mail: ccex@icmc.usp.br

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