Confira a programação de outubro do Cineclube CDCC

Com sessões gratuitas aos sábados, às 20 horas, o Cineclube do Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC) da USP, em São Carlos, promoverá a seguinte programação no mês de outubro de 2019:

Dia 5 – CHOCOLATE
Chocolat, França, 2015, Drama, 120 minutos
Direção: Roschdy Zem
Elenco: Omar Sy, James Thiérrée, Clotilde Hesm
No final do século XIX, o ex-escravo negro Rafael Padilla se apresenta no circo como um canibal africano, até que um dia o palhaço Foottit vê nele a chance de retomar seu sucesso dentro do mundo circense e propõe uma parceria. Os dois começam a se apresentar juntos, nasce assim a dupla de palhaços Foottit e Chocolate. O sucesso da parceria rapidamente os levam de um pequeno circo até um dos maiores da França onde eles inovam no picadeiro e, ao lado de outros artistas dignos de aplausos, realizam um grande espetáculo. Suas apresentações se tornam conhecidas por toda a Paris, e Chocolate começa a esbanjar seu dinheiro com bebidas, apostas e mulheres. A visão sobre sua carreira muda quando ele se dá conta de que as risadas não são apenas frutos do humor físico e inesperado da dupla, mas sim por uma relação de submissão racial onde ele serve como saco de pancadas, levando chutes e tapas de Foottit. O desnudamento das relações raciais na terra da liberdade e da igualdade entram em debate, trazendo questionamentos sobre o colonialismo, o determinismo racial e o lugar de um artista negro na sociedade francesa da época. A procura do seu reconhecimento artístico, em detrimento de seu papel de negro humilhado, leva Chocolate em uma trajetória de ascensão e queda. A história da dupla que quebrou barreiras na comédia de palhaços, do primeiro grande artista circense negro na França e de uma amizade marcada por controvérsias, essa é a história da cinebiografia Chocolate.
Lucas Henrique Sant’Anna
NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 12 ANOS
Tema: Biografia
Contém: Violência

 

Dia 12 – NÃO HAVERÁ SESSÃO

Dia 19 – O DEMÔNIO DAS ONZE HORAS
Pierrot Le Fou, França, 1965, Drama, 110 minutos
Direção: Jean-Luc Godard
Elenco: Jean Paul Belmond, Anna Karina, Samuel Fuller
O modo de vida da classe alta parisiense causa em Ferdinand Griffon um tédio rotineiro. Sendo ele um homem de aspecto intelectual, se vê deslocado em meio à ostentação e superficialidade do mundo que o cerca. Certa noite, para ir a uma festa com a esposa, deixa os filhos com uma babá, reconhecendo nela uma antiga amiga, a misteriosa Marianne Renoir. Sua constante melancolia em relação a atual vida faz com que ele aceite fugir com essa personagem de seu passado, entrando em uma espécie de aventura incerta pela França.
Marianne, que havia se envolvido com mafiosos, traz consigo segredos que levam o casal a ser perseguido por criminosos. Em sua fuga, vivem de maneira a evitar a monotonia, criando uma história que apenas haviam tido contato em livros. Inibidos da realidade, ao mesmo tempo em que vivem o real, agem sem regras e indiferentes às normas da sociedade. Mas esse caminho sem consequências os colocam como foragidos da polícia, levando Ferdinand a se desconectar de vez de sua antiga vida, vivendo sem qualquer certeza esse possível amor com Marianne.
Real e surreal, assim pode-se definir essa história, mas essas palavras não a definem. É muito mais que um filme de aventura, mas também é apenas isso.  Um real e surreal filme de aventura. Onde personagens vêm e vão, e histórias apenas aparecem.  Além das críticas claras que surgem no filme, essa aventura de Godard usa uma narrativa sem linearidade para falar da vida, sobre ela em todos seus aspectos insanos, desconexos e conexos.
Lucas Henrique Sant’Anna
NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 14 ANOS
Tema: Relações humanas
Contém: Violência, linguagem imprópria, nudismo

 

 

26 – O BANDIDO DA LUZ VERMELHA
O bandido da luz vermelha, Brasil, 1968, Ficção Policial, 92 minutos
Direção: Rogério Sganzerla
Elenco: Helena Ignez, Luiz Linhares, Paulo Villaça
No Brasil dos anos 60, um assaltante aterroriza as ricas residências de São Paulo com sua lanterna de bocal vermelho. Jorge, o bandido da luz vermelha, se apresenta na marginalidade paulista, vivendo entre a clandestinidade e a miséria dos bairros pobres da capital e seus atos criminosos que lhe concede uma fama anônima. Seus assaltos e assassinatos rapidamente se tornam os principais assuntos de jornais e rádios, que o elevam a posição paradoxal de herói romântico e criminoso cruel, se tornando parte de um folclore urbano. Sua fama coloca em seu encalço o Delegado Cabeção, chefe de polícia paulistano, dando início uma perseguição que irá levar os dois lados aos extremos.
Para além de um filme policial, a história nos traz o íntimo de um homem perturbado. Sem um passado certo, sem futuro algum, Jorge encontra na grande metrópole, a solidão. Querendo se tornar conhecido por todos, acaba por se sentir abandonado em um mundo, aos seus olhos, apocalíptico. Um homem capaz de qualquer atrocidade para se sentir vivo, que vê no crime um alívio e no amor, a tragédia.
Utilizando de um estilo sinfônico e inovador, O Bandido da Luz Vermelha nos apresenta uma realidade debochada, violentamente caricata e com personagens ímpares. O bandido solitário, a amante prostituta, o político corrupto, o pobre miserável, o policial raso, o jornalista sensacionalista entre outras figuras que tem seu lugar em um folclore próprio de uma sociedade delirante. Todo esses exageros e estereótipos fazem parte de um grande plano, o de criar um filme brasileiro de gênero longe de convenções narrativas, ou como o próprio diretor disse “Meu filme é um far-west do Terceiro Mundo”.
Lucas Henrique Sant’Anna
NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 16 ANOS
Tema: Relações humanas
Contém: Diálogo adulto, Assassinato

 

Mais informações:
Tel.: (16) 3373-9772

Por CDCC

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