Cruesp vai ao governo federal e propõe parcerias e cooperações

Os reitores da USP, da Unesp e da Unicamp se encontraram com o vice-presidente Geraldo Alckmin, e as ministras da Saúde e de Ciência, Tecnologia e Inovação

Entre os assuntos discutidos pelos reitores com a ministra da Saúde, Nísia Trindade (ao centro), estava o papel dos hospitais universitários – Foto: Divulgação/Governo Federal

Membros do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) participaram esta semana de uma série de encontros junto ao governo federal. Os reitores Antonio José de Almeida Meirelles, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Carlos Carlotti, da USP (Universidade de São Paulo), e Pasqual Barreti, da Unesp (Universidade Estadual Paulista), reuniram-se com as ministras Nísia Trindade (Saúde) e Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação) e com o ministro da Indústria e Comércio e vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. Nos encontros, o Cruesp discutiu a possibilidade de realizar ações de cooperação e parcerias com órgãos do governo.

“O Cruesp tem feito movimentos junto ao governo estadual que sinalizam a nossa disposição de realizar atividades conjuntas, e foi esse movimento que iniciamos agora junto ao governo federal”, explicou o reitor da Unicamp, atual presidente do Conselho. Além dos ministérios, os reitores também estiveram nas agências de fomento Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).

“Particularmente na área da saúde, um dos tópicos que a gente mais discutiu foi justamente a ideia de que, no entorno da atividade de assistência, se desenvolvam também iniciativas de inovação, em produtos e serviços, que permitam melhorar a qualidade do atendimento público do SUS [Sistema Único de Saúde], e reduzindo nossa dependência de importações”, disse o presidente do Cruesp. “Queremos que as nossas universidades – que desenvolvem ciência e tecnologia – gerem inovações para melhorar a qualidade desses serviços e reduzir seus custos” , acrescentou Meirelles.

De acordo com o reitor da Unicamp, esse processo envolve não apenas o setor estritamente médico e assistencial, mas também o conhecimento que as universidades acumulam em diversas outras áreas. A ideia é fomentar, no entorno das instituições de saúde pública, o desenvolvimento de um complexo econômico-industrial – formado por empresas fornecedoras de medicamentos e equipamentos, além de prestadores de serviços.

“Nós, das três universidades paulistas, temos uma formação grande de recursos humanos nessa área. Temos um conhecimento detalhado das demandas da sociedade e podemos juntar esse esforço e prestar um serviço melhor, com a geração de inovação”, argumenta o reitor.

[A partir da esquerda] Os reitores Pasqual Barreti, da Unesp; Antonio José de Almeida Meirelles, da Unicamp; e Carlos Carlotti, da USP: agenda intensa de encontros em Brasília – Foto: Divulgação/Governo Federal

Os reitores também conversaram com a ministra Nísia Trindade sobre qual poderia ser o papel dos hospitais universitários no sistema de atendimento regional e em estratégias que vão desde a produção de imunizantes até a ampliação das campanhas de vacinação.

Um centro para o desenvolvimento de vacinas poderia envolver as três universidades estaduais paulistas, as universidades federais do Estado de São Paulo e de outras unidades da federação, assim como o Instituto Butantan, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Iniciativas

As universidades apresentaram no Ministério da Ciência e Tecnologia e no Ministério da Indústria e Comércio e ao BNDES algumas iniciativas na área de inovação. A Unesp ofereceu detalhes sobre uma fábrica de biofármacos, a USP mostrou o projeto de um distrito de inovação e Unicamp detalhou o projeto HIDS (HUB Internacional para o Desenvolvimento Sustentável), a Vila de Startups e o Parque Tecnológico.

Os reitores e os ministros avaliaram a possibilidade de os Ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação e de Indústria, Comércio e Serviços e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) colaborarem no adensamento dessas inciativas junto às empresas e ao mundo corporativo.

A presidente da Capes, Mercedes Maria da Cunha Bustamante (ao centro) em encontro com representantes do Cruesp: sugestão para uma nova edição do Capes-Print – Foto: Divulgação/Governo Federal

Agências

Os membros do Cruesp se encontraram também com o presidente do CNPq, Ricardo Galvão. Participaram desse encontro a vice-reitora da Unesp, Maysa Furlan, e o pró-reitor de Pós-Graduação da USP, Márcio de Castro Silva Filho.

Da pauta da reunião constaram temas como a ampliação do Programa de Mestrado e Doutorado para Inovação (MAI/DAI), a ampliação de cotas de bolsas de Pós-Doc Júnior e um novo modelo de pós-graduação, com mestrado de caráter finalístico e doutorado com eventual passagem rápida pelo mestrado, além de questões legais e do aperfeiçoamento das parcerias público-privadas em pesquisa.

No encontro com a presidente da Capes, Mercedes Maria da Cunha Bustamante, o Cruesp sugeriu uma nova edição do Capes-Print e um novo modelo de pós-graduação, com mestrado de caráter finalístico e doutorado com eventual passagem rápida pelo mestrado. Foi também informado da iniciativa da Capes para fortalecer o Programa Nacional de Pós-Doutorado (PNPD), recuperando a ideia original de bolsas de longa duração (5 anos).

O grupo discutiu ainda a possibilidade da adoção de medidas a fim de que as instituições tenham maior influência na distribuição de bolsas de ensino e de incentivos direcionados aos programas de pós-graduação profissionais.

Com informações da Secretaria Executiva de Comunicação da Unicamp – Jornal da USP

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