Dirigentes da USP discutem a gestão da Universidade

Cerca de 130 diretores e vice-diretores de Unidades de Ensino e Pesquisa, Institutos e Museus, pró-reitores e superintendentes da Universidade participaram da reunião

Compartilhar ações e discutir temas relativos à gestão universitária foram os principais objetivos da Reunião dos Dirigentes, promovida nos dias 18 e 19 de dezembro, na sala do Conselho Universitário, no campus da USP em São Paulo.

Este foi o sexto encontro promovido desde o início da gestão do reitor Vahan Agopyan e do vice-reitor Antonio Carlos Hernandes. Cerca de 130 diretores e vice-diretores de Unidades de Ensino e Pesquisa, Institutos e Museus, pró-reitores e superintendentes da Universidade participaram da reunião. “Estamos completando dois anos de gestão e nossa intenção é apresentar os projetos que já estão em andamento e debater ações administrativas a serem adotadas”, afirmou o reitor.

Confira, a seguir, os principais pontos abordados durante o encontro.

O encontro reuniu os dirigentes na Sala do Conselho Universitário, no prédio da Reitoria – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Bibliotecas polos

O presidente da Agência USP de Gestão da Informação Acadêmica (Aguia), Jackson Cioni Bittencourt, falou sobre o início das atividades da Agência, que foi criada em outubro deste ano. A Aguia é responsável pela gestão dos dados gerados a partir do conhecimento produzido na Universidade e pelo desenvolvimento de serviços e produtos que promovam o acesso, a visibilidade e o impacto dessa produção.

Jackson Cioni Bittencourt preside a Aguia – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Uma das metas da Agência para 2020, segundo Bittencourt, é a implementação das bibliotecas polos, ação prevista no projeto de criação da Aguia. A proposta é que o projeto-piloto tenha início já no próximo ano em algumas Unidades de Ensino e Pesquisa. A ideia é que as 48 bibliotecas da Universidade atuem como polos de atendimento, estudo, leitura, permanência e capacitação da comunidade universitária de acordo com as potencialidades de cada campus.

“Unicórnios”

O diretor da Agência USP de Inovação (Auspin), Marcos Nogueira Martins, apresentou dados que chamaram a atenção dos participantes do encontro: a Agência fez um levantamento que constatou que há, hoje, 1.300 empresas com o chamado “DNA USP” – criadas por ex-alunos da universidade – que, juntas, geram 11 mil empregos e tem mais de R$ 63 bilhões em faturamento atual.

Dentre elas, estão os “unicórnios”, que se referem às startups avaliadas em um bilhão de dólares ou mais. Uma pesquisa elaborada pela plataforma Distrito, em parceria com a KPMG, e divulgado em fevereiro deste ano, apontou que o País contava com seis empresas unicórnios estabelecidas: 99, Nubank, iFood, Gympass, Stone Pagamentos e Arco Educação. Quatro delas têm, entre seus fundadores, pessoas formadas na USP.

O coordenador da Auspin, Marcos Nogueira Martins – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Nogueira apontou como principais projetos da Auspin para 2020 o lançamento de um edital para doações voltadas ao apoio de projetos de empreendedorismo e inovação e a elaboração de um documento sobre a política de inovação da USP a ser submetido ao Conselho Universitário.

Oportunidades

O portal Alumni USP, rede social que reúne ex-alunos da Universidade, chegou a quase 55 mil usuários cadastrados. O dado foi apresentado pela coordenadora do Escritório Alumni USP e professora da Faculdade de Odontologia (FO), Marina Helena Cury Gallottini.

Do total de cadastrados, segundo ela, 37,7% são da área de humanas, 32% de biológicas e 29,7% são formados em exatas. A maioria é oriunda da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), Escola Politécnica (Poli) e Escola de Engenharia de São Carlos (EESC).

Marina Helena Cury Gallottini coordena o Escritório Alumni USP – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Marina destacou que uma das metas para o próximo ano é viabilizar parcerias com mais empresas que tenham interesse em oferecer oportunidades e vantagens para o ex-aluno cadastrado no sistema. Neste ano, 133 oportunidades de emprego foram anunciadas na plataforma e foram feitas parcerias que ofereceram descontos em cursos, atividades culturais e aquisição de livros.

Igualdade

A nova coordenadora do Escritório USP Mulheres, Maria Arminda do Nascimento Arruda, anunciou as ações planejadas à frente do órgão para o próximo ano.

Maria Arminda, que também é diretora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), assumiu o Escritório em outubro deste ano, substituindo também professora da FFLCH, Eva Alterman Blay.

A nova coordenadora do Escritório USP Mulheres, Maria Arminda do Nascimento Arruda – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

A coordenadora sublinhou que o Escritório terá uma nova estrutura, dividida em três áreas: programas, pesquisa e comunicação. Dentro dessas áreas, foram definidas ações estratégicas que passam pelo enfrentamento à violência de gênero, a promoção da igualdade nas carreiras, até a organização de encontros mensais, abertos à comunidade, que terá mulheres de destaque na sociedade como convidadas.

Está prevista a criação de um programa de mentoria e de um observatório e o oferecimento de uma disciplina on-line sobre gênero na graduação.

Sustentabilidade

A posição alcançada pela USP no ranking Greenmetrics  foi um dos aspectos ressaltados pelo superintendente de Gestão Ambiental (SGA), Tercio Ambrizzi, logo no início de sua apresentação.

Ambrizzi mencionou que uma das metas da SGA para o próximo ano é a criação de um sistema corporativo informativo de dados e de monitoramento ambiental, batizado de Gaia, em parceria com a Superintendência de Tecnologia da Informação.

O superintendente de Gestão Ambiental, Tercio Ambrizzi – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Outros projetos importantes são a implantação de ciclovia e de um programa de empréstimo de bicicletas na Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, bem como a implementação de um sistema de captação de energia solar nos prédios do campus, nos mesmos moldes do que já existe no Instituto de Energia e Ambiente (IEE) e na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin.

Relação com a sociedade

Os programas Vem pra USP!, USP Municípios e EducaSP USP foram temas da apresentação feita pelo vice-reitor da USP, Antonio Carlos Hernandes.

O vice-reitor destacou os resultados alcançados pelo Vem pra USP, que, este ano, teve recorde no número de inscritos e, a partir de 2020, vai contar com a parceria com a Universidade Estadual do Estado de São Paulo (Univesp). A Univesp disponibilizará, para 2021, mil vagas para os estudantes do terceiro ano que tiverem melhor desempenho na Competição USP de Conhecimentos (CUCo) no ano que vem.

Sobre o programa USP Municípios, Hernandes ressaltou que, nos dias 29 e 30 de maio do próximo ano, será promovida a USP Alimentos 2020, feira de tecnologia e inovação em alimentos, que reunirá, no campus Fernando Costa, na cidade de Pirassununga, empresas, incubadoras e microempreendedores regionais que atuam na área. A programação da feira também incluirá workshops e sessões paralelas sobre o tema.

O USP Municípios tem como objetivo criar ambientes de inovação e pôr em prática projetos e ações que promovam o desenvolvimento das cidades e suas regiões, com a formação estratégica de qualificação profissional para os jovens e o fortalecimento das economias criativas. Já foi implementado em Pirassununga e, neste ano, na cidade de Ibitinga, no interior de São Paulo.

O vice-reitor da USP, Antonio Carlos Hernandes – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

No dia 13 de dezembro, o vice-reitor e o diretor da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE), Júlio Cerca Serrão, estiveram na cidade de Pompeia (a cerca de 460 quilômetros de São Paulo) para discutir a criação de uma Escola de Desenvolvimento de Atletas Olímpicos na região. Os dirigentes da USP se reuniram com a prefeita da cidade, Tina Januário, e com o empresário Takashi Nishimura.

Em relação ao EducaSP USP, que oferece cursos de formação complementar a estudantes do ensino médio da rede pública estadual, o vice-reitor mostrou os resultados alcançados em 2019: 9.483 concluíram os seis cursos oferecidos, dos quais 72% participaram da CUCo. Hernandes também adiantou que está prevista uma nova edição do programa a partir de fevereiro.

A iniciativa é fruto de uma parceria entre a USP, a Fuvest e a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.

Investimentos

Em sua exposição, o coordenador de Administração Geral (Codage), Luiz Gustavo Nussio, falou sobre os esforços feitos pela Codage nos últimos anos que resultaram em uma Universidade financeiramente mais sustentável e equilibrada.

Segundo o coordenador, em 2020 há a previsão de uma melhora na arrecadação e as discussões devem se concentrar em formas de investimento mais estratégicas e eficientes.

O coordenador da Codage, Luiz Gustavo Nussio – Foto: Cecília Bastos / USP Imagens

Nussio também anunciou a nova estrutura da Codage, que passa a ser dividida em quatro departamentos: Departamento de Administração, Departamento de Convênios, Departamento de Finanças e Departamento de Recursos Humanos.

Outra iniciativa prevista para 2020 é criar centros compartilhados de Administração e de Finanças, aproveitando a experiência dos Centros Compartilhados de Recursos Humanos.

Fundo patrimonial

Em relação ao Escritório de Desenvolvimento de Parcerias (DePar), o coordenador Rudinei Toneto Júnior falou sobre os desafios enfrentados para a implantação de um fundo patrimonial da Universidade, detalhou os quatro tipos de doação que estão sendo estudados e as partes envolvidas no processo.

O coordenador também apresentou o Portal de Doações – uma plataforma para recebimento de doações que deverá ser lançado no segundo semestre do ano que vem – e outras iniciativas desenvolvidas pelo DePar, como o apoio ao projeto de reforma do Museu do Ipiranga.

O coordenador do DePar, Rudinei Toneto Junior – Foto: Cecília Bastos / USP Imagens

Hospital-escola

O superintendente do Hospital Universitário, Paulo Francisco Ramos Margarido, explicou as ações que estão redefinindo a missão do hospital, organizando o atendimento, revisando protocolos e reestruturando o espaço físico.

Como hospital-escola de média complexidade, o HU deve garantir a excelência no ensino, na pesquisa e a assistência à saúde para a comunidade USP, além de participar efetivamente na rede SUS. Também deve investir na sua modernização e em medidas para garantir sua sustentabilidade financeira.

Ainda sobre a reconstrução do HU, Margarido lembrou que neste ano foram abertos concursos para 179 vagas temporárias, sendo 42 para plantonistas, para profissionais que ocuparão o cargo por dois anos. O processo de contratação dos profissionais aprovados já foi iniciado.

Anualmente, o Hospital realiza 8.500 internações e 540 mil exames por ano, e tem uma taxa de satisfação de 93% de seus pacientes.

O superintendente do Hospital Universitário, Paulo Francisco Ramos Margarido, durante a apresentação das novas ações do HU – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

 

Apresentação das novas ações do HU durante a reunião dos dirigentes da USP – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Outros temas que fizeram parte da pauta de discussões foi o papel dos Departamentos na Universidade – o reitor apresentou as recomendações levantadas pelo Grupo de Trabalho que analisou o assunto, presidido pelo coordenador do Centro de Inovação da USP (InovaUSP), Luiz Henrique Catalani – e a questão da gestão do quadro de pessoal técnico e administrativo.

O coordenador do Centro de Inovação da USP (InovaUSP), Luiz Henrique Catalani – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

 

Por Adriana Cruz da Assessoria de Imprensa da Reitoria – Jornal da USP

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