IFSC colabora com consórcio de cidades paulistas

A criação de novos centros de tratamento de sequelas Pós-Covid

A ciência e a tecnologia trabalham para melhorar o homem como um todo, bem como seu entendimento de tudo ao seu redor. Este processo constante de investimento e acumulo de conhecimento tem permitido que a humanidade supere crises severas que já ocorreram em sua existência e que continuam ocorrendo. Mais recentemente, viveu-se uma crise (que ainda persiste) com um novo vírus que nos atingiu. Novamente aqui a ciência se mostrou soberana, preparando vacinas com uma rapidez nunca vista, desenvolvendo testes de diagnóstico e, principalmente, tecnologias que permitem evitar que o mal se torne ainda maior.

Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP), inseridos no Centro Pesquisas em Óptica e Fotônica (CEPOF) e em conjunção com empresas parceiras dentro do programa EMBRAPII, desenvolveram diversas tecnologias para ajudar neste período. Ocorre que a Covid não é apenas uma gripe que vem e vai; ela deixa sequelas de diversas naturezas. Há quem entenda que a denominada “Covid-Longa” se refere aos diversos efeitos colaterais que acabam ficando. Dores musculares, dores articulares, fadiga, dificuldades respiratórias, formigamento ou parestesia, tonturas e diversas alterações, como de equilíbrio, olfato, paladar e zumbido no ouvido, além de problemas circulatórios e perda de memória, dentre outros, são sequelas da doença.

Preocupados com estas situações Pós-Covid, os pesquisadores que trabalham com o desenvolvimento de novas tecnologias para reabilitação, utilizando laser como elemento principal, desenvolveram equipamentos e protocolos para reabilitação destas sequelas. As técnicas e procedimentos já foram aprovados pela ANVISA e estão sendo disponibilizados aos profissionais da saúde.

Através de uma parceria CEPOF-INOVA (Parque Tecnológico Damha)  dentro do programa CITESC (Centro de Inovação e Tecnologia em Saúde de São Carlos), os pesquisadores estão agora expandindo a iniciativa nascida em São Carlos, do recém criado Centro de Reabilitação Pós-Covid para outros municípios do Estado de São Paulo. Este é o caso da parceria criada com o Consórcio  CISMETRO, que envolve mais de vinte e cinco municípios da região de Campinas.

Criação de novos centros para tratamento de sequelas Pós-Covid no Estado de São Paulo

Dr. Antonio Aquino, Prof. Vanderlei Bagnato e Dr. Vitor Hugo Panhóca

Convidada por esse Consórcio, a equipe de pesquisadores do IFSC/USP apresentou no dia 08 de julho, na cidade de Holambra (SP), para mais de vinte prefeitos, vice-prefeitos e secretários municipais na área de saúde, as novas tecnologias e as possibilidades de avançarem com a criação de centros em seus respectivos municípios.

A equipe, liderada pelo Prof. Vanderlei Salvador Bagnato e constituída pelos pesquisadores Drs. Antonio Aquino e Vitor Panhoca, acompanhados pela Dra. Bruna Boasorte (INOVA), mostraram as novas tecnologias e deram início ao processo de treinamento de profissionais daquela região para que o Consórcio possa, também, disponibilizar os protocolos de reabilitação Pós-Covid em toda a região.

Segundo o Prof. Vanderlei Bagnato, esta é uma das oportunidades de aproveitar a experiência do IFSC/USP para a expansão dos avanços científicos e tecnológicos desenvolvidos no Instituto para outros municípios e regiões do Estado de São Paulo. ”Quando a ciência transborda e oferece soluções para a sociedade, é como se fizéssemos uma verificação de que todo investimento e esforço feitos em ciência valeram a pena”, diz Bagnato.

Para o pesquisador, o CITESC é um esforço iniciado há já algum tempo e que agora começa a dar seus resultados e com atividades concretas e decisivas para beneficiar a saúde da população. “Esforços conjuntos público-privados estão cada vez mais permitindo avanços consideráveis na solução de problemas de nossa sociedade. Quando fazemos ciência de alta qualidade, sempre encontramos uma forma de colocá-la ao serviço da sociedade. Às vezes, realizamos pesquisas e geramos conhecimentos que se tornarão fundamentais para a solução de problemas muitos anos depois. O importante é que a detenção do conhecimento é que garante ir adiante, e isto nosso Instituto tem feito muito bem. Aos poucos, São Carlos, com seus desenvolvimentos, torna-se uma peça importante no cenário nacional no tratamento da Pós-Covid e isso nos deixa muito orgulhosos”, enfatizou Bagnato.

Por Rui Sintra – Assessoria de Comunicação – IFSC/USP

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