Momento Tecnologia #64: Dispositivo para tratamento de câncer de pele diminui espera no hospital

Para Vanderlei Bagnato, o número de pessoas que terão complicação com câncer de pele, se forem trazidas tecnologias e facilitado o tratamento, vai diminuir muito

A exposição solar ao longo da vida é algo importante para a produção de vitamina D, mas deve ser controlada. Isso porque os raios ultravioleta podem causar o câncer de pele que, de acordo Instituto Nacional de Câncer (Inca), atinge cerca de 30% das pessoas acometidas com tumores malignos.

O câncer de pele ocorre quando as células cutâneas passam a se multiplicar desenfreadamente devido a alterações no DNA de seus núcleos, o que seria o tumor maligno. Adultos de pele clara ou pessoas com histórico familiar são mais propensos a desenvolver esse tipo de doença.

Diante disso, o Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo desenvolveu uma tecnologia para o tratamento de câncer de pele em casa. O professor Vanderlei Bagnato, um dos desenvolvedores da tecnologia, explicou que o dispositivo funciona da seguinte maneira: “Tem que se introduzir uma molécula especial fotoativada dentro da lesão. E isso pode ser feito de forma sistêmica, quando você tem lesões muito grandes, mas aqui o foco da questão é o câncer de pele e aqueles de pequena espessura”.

Bagnato destaca que essa técnica é usada para tratar “os chamados tumores não melanoma. Nós estamos falando aqui do básico celular, principalmente, seja na forma nodular ou plana e também aquelas lesões pré-malignas, que são as queratoses actínicas, ou aquelas chamadas regiões de cancerização, que são regiões grandes que começam a alterar e dali deverá nascer o tumor de pele”.

Mas estaria uma técnica tão eficaz  já disponível para esse tipo de tratamento? Bagnato contou que a Anvisa já aprovou tanto a técnica como o medicamento utilizado para ação fotovoltaica. “Todo protocolo está aprovado pela Anvisa. Nós temos aparelhos que foram desenvolvidos nas parcerias tecnológicas entre a Universidade de São Paulo e empresas, e o sistema Lince. […] e pode ser adquirido pelos médicos”, ressalta.

Antes os pacientes ficavam muito tempo esperando para fazer os tratamentos convencionais. Mas, com a tecnologia, o tempo de espera é menor e o espaço pode ser até mesmo um ambulatório. “Agora, numa única ida ao hospital ou ao médico, você recebe o tratamento e estamos com 95% de sucesso de eliminação tumoral”, pondera o especialista.

Esse tratamento tem se expandido por mais de 100 localidades brasileiras. Com a sua ampliação para clínicas e hospitais, mais pessoas acometidas com câncer de pele poderão ser tratadas. “O número de pessoas que terão complicação com câncer de pele eu posso dizer que, se nós trazemos tecnologias e facilitamos o tratamento, vai diminuir muito”, afirma Bagnato. O SUS tem considerado a adoção da terapia fotodinâmica na rede pública de saúde, por facilitar e levar a um custo menor.

Por Letícia Naome – Jornal da USP

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