Programa estudantil na USP quer assegurar maior inclusão e garantir permanência de alunos

A pró-reitora Ana Lúcia Duarte Lanna fala sobre o Programa de Apoio à Permanência e Formação Estudantil (PAPFE), que foi reformulado para garantir ao estudante condições para concluir seu curso

É essencial uma maior inclusão e manutenção dos alunos na universidade – Foto: Flickr

Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP) foi criada ano passado, mas já trabalha com grandes questões como o Programa de Apoio à Permanência e Formação Estudantil (PAPFE). “Ele vem com muitas reformulações, são novidades muito grandes e que trazem grande impacto positivo na vida dos estudantes e da Universidade como um todo, garantindo uma permanência de qualidade”, explica a pró-reitora da PRIP, Ana Lúcia Duarte Lanna, sobre o novo PAPFE.

O programa tem como objetivo atender 15 mil estudantes, sendo a maior parte deles de alunos da graduação. Mas, com a reformulação do programa, pós-graduandos também passaram a ser beneficiados. “Nosso interesse é colaborar para a transformação da Universidade, no sentido de se fazer mais diversa, num processo de acolhimento de estudantes de ensino público, cotistas pretos, pardos e indígenas. Enfim, uma universidade onde realmente todos possam se reconhecer, participar e se formar. Ele é fundamental e essencial e é nesse sentido que a gente está buscando implementar todas essas reformulações”, explica Ana Lúcia.

Reformulações

É essencial mais inclusão e a garantia de permanência dos alunos na universidade e, em virtude disso, foram feitas reformulações no PAPFE. Muitos auxílios, que antes eram oferecidos separadamente, foram unificados. As modalidades atuais são: R$ 800 mais a gratuidade para frequentar os restaurantes universitários, para aqueles que não utilizam a moradia estudantil; já os que moram no Conjunto Residencial da Universidade, o Crusp, recebem R$300 e a gratuidade nos restaurantes.

“Há um edital que é liberado antes mesmo do processo do vestibular estar concluído. Assim que o aluno tem a confirmação da sua matrícula, ele pode se inscrever nesse programa solicitando o auxílio. Esse material é divulgado pela própria Fuvest, no site da Pró-Reitoria, enfim, procuramos divulgar da forma mais ampla possível”, afirma a pró-reitora.

Ana Lúcia Duarte Lanna – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

O sistema gera uma lista classificatória conforme os critérios definidos no programa: “Infelizmente, nós não temos auxílio para todos, então temos que fazer um recorte respeitando as diretrizes orçamentárias e o montante de recursos que a gente tem. Esses alunos serão paulatinamente informados da sua classificação. O processo burocrático é muito simples. Se esse aluno for de graduação, ele passará a receber o auxílio por todo o período de seu curso. Ele tem a tranquilidade de saber que será apoiado durante todo o período em que estiver aqui realizando sua primeira graduação. Outra novidade deste ano é que a gente estendeu isso pros alunos da pós-graduação também”, acrescenta Ana Lúcia.

Repercussões

“A gente estabeleceu um valor que é significativo e um prazo que dá ao nosso estudante a tranquilidade que ele precisa para poder se dedicar a uma trajetória acadêmica. Estabelecemos um acompanhamento dessa trajetória exatamente para que nós possamos averiguar se a política é eficaz: o que a gente tem que melhorar, o que não tem, onde nós devemos incidir mais ou menos para que a gente possa ir aprimorando?”, comenta a pró-reitora.

Ana Lúcia diz que o PAPFE é importante na criação de situações de igualdade, já que, sem ele, muitos não conseguiriam realizar a graduação com dedicação de tempo e foco necessários. E o acompanhamento é uma fase essencial nesse processo: “A gente precisa acompanhar esses resultados  para entender efetivamente o que acontece com esse estudante, em que momento ele enfrenta, com menor dificuldade, as diferenças iniciais decorrentes da sua própria trajetória, das suas situações de vulnerabilidade. Esse acompanhamento é importante. Ele é novo, nunca foi feito e eu tenho certeza que ele vai permitir que nós elaboremos políticas mais precisas, mais focadas e que possam contribuir ainda mais para a inclusão do conjunto dos nossos alunos”, menciona a responsável pela PRIP.

A pró-reitora também falou sobre o programa USP Diversa, que é uma ação voltada a pessoas físicas e jurídicas que quiserem ajudar nas iniciativas de inclusão e pertencimento. “A gente quer ampliar a capacidade da Universidade de apoiar cada vez mais alunos, porque temos um corpo estudantil, entre graduação e pós-graduação, de cerca de 90 mil alunos. Avaliamos que algo em torno de 40% desses estudantes tenham algum tipo de vulnerabilidade. Com certeza, ampliamos, mas ainda temos muito que caminhar nesse processo”, diz.

Por Jornal da USP

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