Risco de novas variantes existe, mas “a vacina é que vai fazer a diferença”, diz pesquisadora

Maria Clara Padoveze, da Escola de Enfermagem da USP, é a entrevistada do “Boletim USP-Covid” desta semana

A possibilidade do surgimento de novas variantes do vírus da covid-19, potencialmente mais transmissíveis e letais, é uma ameaça real que não pode ser ignorada; mas a vacinação em massa oferece uma boa dose de proteção contra o recrudescimento da pandemia daqui para frente, diz a pesquisadora Maria Clara Padoveze, professora da Escola de Enfermagem da USP e membro da Comissão Assessora de Saúde da Universidade.

“Embora exista sempre um risco em termos de novas variantes e novos surtos, a gente conseguiu aprender que, assim como em outras doenças, a vacina é que vai fazer a diferença”, afirma Maria Clara, em entrevista ao Boletim USP-Covid desta semana. “É muito importante que as pessoas entendam que a vacinação é a nossa arma hoje, das mais poderosas. Ela não é a única, mas é extremamente poderosa.”

“Os estudos têm demonstrado que as vacinas estão sendo eficientes na redução do número de casos, especialmente de mortes e hospitalizações”, completa a professora. “É por isso que nós somos entusiastas da imunização, porque a gente acompanha a história da imunização no mundo, que até aqui só tem trazido benefícios.”

Especialista em Enfermagem, Saúde Coletiva e Epidemiologia Hospitalar, Maria Clara estava de licença da USP, a serviço da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra, quando a pandemia de covid-19 estourou, no início de 2020. Nesse contexto, participou ativamente das discussões iniciais sobre estratégias de contenção e monitoramento da dispersão do vírus; e ainda hoje integra um grupo de trabalho da organização sobre prevenção e controle da pandemia em escala global.

Na Escola de Enfermagem da USP, a professora lidera, em colaboração com outros docentes, um programa de monitoramento da circulação do vírus entre docentes, alunos e funcionários da unidade. Mesmo com o arrefecimento da pandemia, diz ela, é importante permanecer vigilante e continuar coletando amostras de casos suspeitos ou confirmados para sequenciamento genético, pois só assim será possível detectar novas variantes do vírus rapidamente.

Ela também fala com naturalidade sobre as mudanças que foram feitas nas recomendações de segurança (coletiva e individual) ao longo da pandemia. Por exemplo, com relação ao uso de máscaras pela população em geral, que inicialmente era contraindicado, depois passou a ser obrigatório. Segundo ela, isso ocorre porque as recomendações da OMS e de outras autoridades sanitárias devem ser sempre baseadas em evidências científicas; e não havia estudos científicos suficientes no início da pandemia para justificar essa recomendação.

Os Boletins USP-Covid são publicados toda segunda-feira, às 18 horas, no Canal USP do YouTube. Para mais informações sobre protocolos de segurança e sobre a resposta da USP à pandemia, veja o site USP Retorno Seguro: https://retornoseguro.usp.br.

Por Herton Escobar – Jornal da USP

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