Setembro Vermelho chama atenção para os cuidados com as doenças cardiovasculares

Homens e mulheres têm predisposições diferentes a depender da idade, porém, devem estar atentos aos sinais para evitar sequelas e óbito

Colesterol alto, diabete, obesidade e estresse são fatores de risco, além da predisposição e a existência de cardiopatias – Foto: Freepik

O mês de setembro é dedicado à conscientização de doenças cardiovasculares e recebe a denominação de Setembro Vermelho. O dia 29 do mês, mais especificamente, é dedicado ao coração. A iniciativa chama atenção para enfermidades como os infartos e acidentes vasculares cerebrais, que ocasionam aproximadamente um terço das mortes do mundo, além das medidas que podem ser feitas para preveni-las.

José Carlos Nicolau – Foto: FAPESP

A depender do país, a taxa de mortalidade pode chegar a 30%, sem considerar os agravantes de saúde e a idade avançada. As principais causas estão relacionadas aos hábitos de vida social e alimentar, como destaca José Carlos Nicolau, médico do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Mas outros fatores de risco devem ser observados, tais como colesterol alto, diabete, obesidade e estresse, além da predisposição e a existência de cardiopatias e fatores hereditários.

A prevenção se baseia na detecção de predisposições e fatores de risco, além da incorporação de hábitos saudáveis. Nicolau comenta que, de uma forma geral, “hábitos alimentares e sociais vão ajudar o indivíduo a corrigir ou controlar esses fatores de risco, diminuindo a chance de vir a ter um infarto ou vir a falecer”. E destaca que, caso a doença ocorra, o tempo entre os primeiros sintomas até o atendimento no hospital é fundamental, para evitar sequelas e o falecimento do paciente.

Homens e mulheres

O doutor Nicolau explica que a incidência de doenças cardiovasculares em mulheres é menor no período anterior à menopausa, quando comparada com as estatísticas observadas entre os homens. Ele explica que isso ocorre por que “a mulher tem uma certa proteção relacionada aos hormônios femininos, de tal maneira que, até a menopausa, a incidência de infarto em homens em relação às mulheres é muito maior”.

Passado esse período, ambos apresentam números parecidos. Nicolau também salienta que alguns estudos indicam que, dentre os internados com infarto, “mulheres têm inclusive um índice de mortalidade maior do que os homens”, em números absolutos coletados em um período de seis a oito anos. Mas também há aqueles estudos que apontam para uma equivalência entre os óbitos.

Prevenção 

O médico ressalta que o infarto pode ocorrer em qualquer região do corpo, já que está relacionado à oxigenação dos vasos. Assim, é preciso estar atento aos sintomas pelo corpo inteiro, que podem ser náuseas, dores no peito e irradiação nos braços. Porém, ele destaca que os sintomas podem não ser os mais comuns: “Idosos, por exemplo, frequentemente não têm dor, porque não têm a mesma sensibilidade”, e aconselha: “Na dúvida, vá para o hospital”.

Por Jornal da USP

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