Simpósio da USP discute incorporação de plástico reciclado em asfaltamento

O evento abordará conceitos de sustentabilidade, economia circular e a implementação do material reciclado na pavimentação de rodovias como forma de melhorar a qualidade do asfalto

Pesquisadores da USP realizam o 1º Simpósio sobre Plásticos Reciclados no Asfalto, nos próximos dias 2 a 4 de dezembro, com transmissão simultânea no YouTube. O evento conta com especialistas internacionais e abordará conceitos de sustentabilidade, economia circular e a implementação do material reciclado na pavimentação de rodovias. O objetivo é discutir como o plástico pode ser incorporado aos materiais convencionais já utilizados na pavimentação, de modo a melhorar a qualidade do asfalto e fornecer benefícios econômicos, ambientais e sociais.

Os estudos sobre a incorporação de plástico reciclado na pavimentação ainda são iniciais, mas já contam com pequenas experimentações em pequenos trechos em alguns países do mundo. “Temos poucas aplicações em campo dessa tecnologia e o simpósio traz um pouco disso, porque mapeamos onde estão esses casos de sucesso para trazer essa experiência para o público que vai acompanhar o evento”, explica a professora Kamilla Vasconcelos, do Departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica (Poli) da USP, em entrevista ao Jornal da USP no Ar.

O professor Adalberto Faxina, do Departamento de Engenharia de Transportes da Escola de Engenharia de São Carlos da USP, comenta que grande parte dos materiais reciclados retorna às indústrias para a confecção dos mesmos produtos, mas que há diversos materiais – como o vidro, por exemplo – que podem ser incorporados em diferentes usos e acabam não sendo aproveitados pela indústria. O objetivo de incluir plástico reciclado na pavimentação não é criar um material concorrente aos já convencionais, mas sim incorporar e melhorar a performance do asfalto: “A ideia da aplicação na pavimentação não é criar uma alternativa que vai concorrer com as aplicações já estruturadas, mas, sim, criar um novo campo de aplicação que seja complementar”.

A professora Kamilla explica que o plástico seria, portanto, incorporado proporcionalmente aos materiais já utilizados na pavimentação convencional e não deve impactar a maneira como as obras de asfaltamento ocorrem. “Tentamos melhorar o produto final associando todos os pilares que envolvem a sustentabilidade, a vantagem econômica, ambiental e social, porque a cadeia de reciclagem de plástico é robusta e envolve desde a questão da educação ambiental, a indústria, o processo seletivo e os catadores. Abre espaço até para a geração de empregos.”