USP define critérios de atuação da Comissão de Heteroidentificação no vestibular

Normas foram aprovadas pelo Conselho da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento e já valerão a partir deste ano para o vestibular da Fuvest e na modalidade de ingresso via Sisu

Reunião da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP) – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

O Conselho da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento aprovou, na sessão realizada no dia 4 de agosto, os critérios de atuação da Comissão de Heteroidentificação no vestibular da Fuvest e na modalidade de ingresso via Sisu.

A comissão, implementada a partir deste ano, será composta de um docente, um servidor técnico-administrativo, um aluno de graduação e um aluno de pós-graduação, ambos indicados pela Coligação dos Coletivos Negros da USP, e um representante da sociedade civil. Todos deverão ter experiência comprovada em procedimentos de heteroidentificação ou serem especialistas na temática da igualdade racial.

Eles serão responsáveis pelo processo de averiguação da autodeclaração dos candidatos convocados para a matrícula na modalidade de vagas reservadas para política de ações afirmativas para pretos e pardos tanto na Fuvest quanto via Sisu, que seguirá critérios exclusivamente fenotípicos.

A USP adota a reserva de vagas para alunos de escolas públicas e autodeclarados PPI nos cursos de graduação desde o vestibular de 2016, quando o Sisu foi implementado como nova forma de ingresso na Universidade, além da Fuvest. Em 2018, o Conselho Universitário aprovou a reserva de vagas para estudantes oriundos de escolas públicas. Nessa reserva também incide o porcentual de 37,5% de cotas para estudantes autodeclarados PPI, índice equivalente à proporção desses grupos no Estado de São Paulo verificada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Desde a adoção dessa política, a Universidade recebeu cerca de 200 denúncias de supostas fraudes na autodeclaração de pertencimento ao grupo PPI (pretos, pardos e indígenas). Em 2020, houve a invalidação de matrícula de um aluno do Instituto de Relações Internacionais (IRI), por fraudes racial e socioeconômica. No ano passado, foram invalidadas as matrículas de seis estudantes matriculados na Faculdade de Medicina (FM), na Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) e na Escola de Enfermagem (EE)

“Essa era uma demanda importante da comunidade da USP envolvida com o debate sobre a inclusão étnico-racial na Universidade e uma prática em instituições como a Unesp e a Unicamp”, destacou a pró-reitora de Inclusão e Pertencimento, Ana Lucia Duarte Lanna.

Mídias sociais

Na mesma sessão do Conselho, foram apresentadas as mídias sociais e as diretrizes da política de comunicação da Pró-Reitoria, criada em maio deste ano para centralizar e coordenar as ações da Universidade voltadas para as políticas afirmativas e de permanência, agregando-as às atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão.

A PRIP está estruturada em cinco áreas – Vida no campus; Saúde mental e bem-estar social; Mulheres, relações étnico-raciais e diversidades; Formação e vida profissional; e Direitos Humanos e políticas de reparação, memória e justiça.

Por Adriana Cruz – Jornal da USP

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