USP Filarmônica se apresenta na Catedral de São Carlos com a Cantata do Café

Apresentação acontece na próxima quarta-feira (30), às 20 horas, com entrada livre e gratuita

A USP Filarmônica apresenta récita da cantata Sobre o Café de Johan Sebastian Bach & Picander na próxima quarta-feira, dia 30, às 20 horas, na Catedral de São Carlos, com encenação integral e música sob regência do maestro Rubens Russomanno Ricciardi.

A entrada é livre e gratuita, sem necessidade de retirar ingressos. A escolha da obra é uma homenagem ao café e às artes na Alta Mogiana, pela série Concertos USP.

Além da Cantata, a orquestra executa em estreia mundial a obra Égalité de Rubens Russomanno Ricciardi, dedicada a Carlos Alberto Nicolau (patrono do projeto USP Música Criança em São Joaquim da Barra) e encomendada pelo Projeto SINOS (Sistema Nacional de Orquestras Sociais), numa parceria da Escola de Música da UFRJ com a FUNARTE, e ária Lieben und geliebt zu sein, ária da ópera A Matrona de Éfeso, com poema de Castro Alves (numa adaptação de Rudolf Schallenmüller e Rubens Russomanno Ricciardi), tendo como solistas o tenor Daniel Umbelino e o violinista Alexandre Alves Casado.

Antes da apresentação da Cantata, Ansgar Haag, diretor de cena convidado, e Rudolf Schallenmüller (ex-consul honorário da Alemanha, historiador e germanista formado pela Universidade de Munique), realizam um pequeno colóqui sobre as relações do café com as artes e ainda sobre o café em Ribeirão Preto.

Sobre o Café – Cantata

A Cantata sobre o Café é uma encenação satírica. Na trama, o pai rígido, o velho Mandrião (Schlendrian), entra em conflito com sua filha Betinha (Ließgen), a qual não se deixava doutrinar, pois bebia café pelo menos três vezes ao dia. Na Saxônia do século XVIII, contudo, a bebida era proibida para mulheres, por ser estimulante, mesmo libidinosa. O próprio Picander ironizava em suas crônicas: “as mulheres preferem mais o purgatório com café do que o paraíso sem café” (den Frauen wäre das Fegefeuer mit Kaffee lieber als das Paradies ohne Kaffee). Contudo, como bom cidadão de bem, Mandrião entende que para sua filha se casar, a conditio sine qua non é a de que ela deixe de tomar café. Trata-se, por certo, de uma obra percursora dos direitos das mulheres. O libreto de Picander com música de Bach contempla, assim, um feminismo avant la lettre, onde a emancipação das mulheres, representada por Ließgen, uma personagem de brio altivo e segura de si mesma, dá-se não apenas no contexto físico, mas também intelectual, ou seja, uma libertação de corpo e alma – ironizando a moral e os costumes patriarcais.

A cenografia e figurino são da alemã Kerstin Jacobssen, formada em História das Artes em Berlim, Pintura Cênica em Munique e Direção Cênica em Freiburg, Darmstadt e Tübingen, com atuação em inúmeras encenações. Ansgar Haag, natural de Stuttgart na Alemanha, é o diretor cênico convidado. Ele estudou Teatro, Psicologia e Estudos Americanos na Ludwig-Maximilian-Universität de Munique, bem como Artes Dramáticas na University of California in Berkeley (EUA). Possui diversos prêmios.

Atuam ainda, a soprano Raquel Paulim, formada pela Escola Municipal de Música de São Paulo, o tenor Daniel Umbelino, que estudou na Escola Municipal de Música, na EMESP, no Ópera Estúdio e na Academia de Ópera do Theatro São Pedro, e o baixo Luis Felipe Sousa, graduado em Canto pelo DM-FFCLRP-USP, ex-bolsista da USP Filarmônica.

A USP Filarmônica conta com a participação do violinista Alexandre Alves Casado (spalla convidado), que é Diplomado com Cértificat détudes supérieures – Conservatoire Supérieur de Musique de Genève (1994), onde foi condecorado com o Prix de virtuosité. É mestre pelo IA-UNICAMP e doutor pela Escola de Música da UFBA em Salvador. Integram o grupo o violoncelista André Luis Giovanini Micheletti, Bacharel pelo IA-UNICAMP, mestre pela Northwestern University em Chicago e doutor pela Indiana University, sendo professor do DM-FFCLRP-USP, a cravista Giovana Ceranto, diplomada em Piano e Cravo pelo Conservatório de Tatuí e bacharel pelo DM-FFCLRP-USP, mestranda do Conservatório local de Bologna.

O elenco conta ainda com a coreografia de Marisol Gallo, responsável pelo Corpo Estável de Balé da Academia Livre de Música e Artes (ALMA) e professora de dança no Moura Lacerda e em várias escolas de dança de Ribeirão Preto, além da participação da bailarina Isis Alves Gallo Antonelli, que também atua na ALMA e já foi solista em projetos sinfônicos no Theatro Pedro II com a Orquestra ALMA e USP Filarmônica.

Realização

A Temporada 2022 de Concertos USP com a USP Filarmônica é uma realização do Departamento de Música da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP (DM-FFCLRP-USP), em conjunto com os Grupos Coordenadores de Cultura e Extensão Universitária dos Campi da USP de Ribeirão Preto e São Carlos, e em parceria com a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, por meio da Fundação Dom Pedro II.

Serviço
163ª apresentação da USP Filarmônica – Catedral de São Carlos
Data: 30/11 (quarta-feira)
Horário: 20h
Local: Catedral de São Carlos – Praça Dom Marcondes Homem de Mello, s/n – Centro
de São Carlos

Entrada gratuita

 

Com informações da USP Filarmônica

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